28 out Panorama: IA x Mercado
Não é comum ver duas gigantes globais destinarem cifras bilionárias, no mesmo dia, a uma mesma agenda.
Ontem, Microsoft e Google anunciaram novos compromissos de investimento no Reino Unido voltados à Inteligência Artificial. A Microsoft destinará US$ 30 bilhões até 2028 para expandir sua infraestrutura de IA. A Alphabet, controladora do Google, anunciou £ 5 bilhões (cerca de US$ 6,8 bilhões) em aportes ao longo dos próximos dois anos, incluindo novos data centers e iniciativas de P&D. São movimentos consistentes, que miram competitividade em uma agenda de longo prazo.
Em paralelo, projeções de mercado estimam que os investimentos em IA devem ultrapassar US$ 325 bilhões até o fim de 2025, somando os aportes de Amazon, Microsoft, Google, Meta e OpenAI. Embora cerca de 10% desse volume esteja voltado ao desenvolvimento de novas tecnologias, a maior parte já é dedicada à entrega real — infraestrutura, serviços e aplicações incorporadas ao dia a dia de empresas e usuários.
No ambiente executivo, a transição já não é hipótese. Segundo estudo do IBM Institute for Business Value, divulgado em junho deste ano:
-> 67% dos CEOs brasileiros já utilizam agentes de IA em suas empresas, com planos de escalar;
-> 59% se preparam para as mudanças operacionais e culturais que isso exige;
-> 71% definiram métricas claras para medir o ROI em inovação com IA;
-> 63% afirmam que os ganhos de produtividade com automação são tão relevantes que estão dispostos a assumir riscos elevados para manter a competitividade.
Esse cenário tem se repetido nos processos que acompanho: a IA não chega mais como tendência — chega como critério. Influencia decisões de estrutura, acelera ciclos e muda o tipo de preparo que se espera de quem lidera.
Ainda há caminho. Mas o movimento já está em curso — e ignorá-lo tem se mostrado mais arriscado do que enfrentá-lo.
Por: Alexandre Kalman